sábado, 16 de outubro de 2010
CADÊ VOCÊ, MEU POETA?
Cadê meu poeta?
Seduziu, prometeu,
Afagou, desapareceu,
Partiu.
Então, meu guri, o que é feito de ti?
(E tinha um baile, um café, uma valsa, um luar, um abraço...
Tanta promessa e tanta mentira, que cansaço!).
E então,
Sumiu,
Foi abduzido?
Três vezes por dia, falava comigo.
Era tão meigo,
Tão querido...
Será que o encanto acabou?
E, alguma outra, meu lugar ocupou?
Na hora da verdade, do vamos ver, do olho no olho...
Pois é...
Cadê meu escritor?
Nenhum livro, só desamor!
Continuei tola,
Esperando,
Ele, assim, iludindo, enganando.
Sei que estou
irremediavelmente só,
Numa casa vazia,
Aguardando
Falso poeta
Concreta solidão
E ninguém me amando.
Agora eu me pergunto
De que adianta ser
Musa sem poeta,
Médica sem paciente,
Alvo sem seta,
Sol sem poente?
Namorada sem amado,
Vestido de baile,
Num cantinho, amassado?
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