terça-feira, 28 de setembro de 2010

(Des) Fecho - por Themis Groisman Lopes

Abrir velhos baús de documentos nos faz coçar o nariz e,quem sabe, seja essa comichão o gatilho de tantas lembranças:

Poeira me coça o nariz.

A melancolia coloca-me

diante do baú e

deixo-me embriagar

pelo cheiro do mofo e

de lembranças passadas.

Elas alagam meu ser.

Aberto tesouro guardado,

salta aos meus cansados olhos

o poema que te escrevi.

Que nunca mandei.

Relido várias vezes.

Emana dele

o cheiro de tua alma

em minhas vestes,

os sentimentos expressos

em minha poesia.

Era uma carta de amor.

Pueril?

Quem sabe.

Desabafo?

Talvez.

Tristeza?

Também.

Abrir velhos baús de documentos nos faz coçar o nariz e, quem sabe, seja essa comichão o gatilho de tantas lembranças:

Lembranças que teimam

em retornar,

que trazem

consigo momentos

poéticos esquecidos,

pelo medo do sofrer.

São aromas que

atingem meu ser,

enquanto a intensidade

das lágrimas pelo

passado perdido,

pela saudade sentida,

inundam o baú.

O tempo cerra o tampo.

por Themis Groisman Lopes

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