sexta-feira, 24 de setembro de 2010
O tempo é o vão............
Velho tempo,
pensas que me enganas
que estás a passar
estás estaqueado
quem passa sou eu
troco de vestes
assisto guerras ,ouço falar de paz,
onde eu estiver mudo teu cenário , tu inabalável ficas a assistir
nada invento, nada crio, tudo já sabes, ja assististes
num tropeço, desvendo teus segredos
guardas as Eras me fazes ver o que eu era
ocultas meus caminhos
percebes a ira
assistis a tudo, mas nunca passas...
inventaram as horas, relógios prá te marcar e mesmo que parem tu estás lá
no fundo, de nossos fundos sem fundo,
és imune, nada te trava, nada te adianta
retratas espaços inexistentes
assistis transformações quieto, taciturno
e num galope rasante, me atiro ao encontro do nada
o nada que escondes o nada que fazes
no teu ócio na espera insana de teu passar e o tudo que nunca farás , pela inexistência que tens
me fizeram crer que passarias, por comodismo, por utopia
mas a muito já descobri tua armadilha
és irmão de um livre- arbitrio que me cederam, parente da democracia discursada
tantos caminhos, tantas opções....
brincam comigo ,brincam com todos ,vivemos atados,prisioneiros, por sútis correntes invisíveis
cartas marcadas, destinos traçados de apenas um caminho, uma verdade
de várias vidas fingidas em ser um outro um outro alguém,um outro nome
mas só tu sabes....
somos os mesmos
forneces cordas limitadas, invisíveis
te fazes de santo
me atiro no canto sei teu segredo e sabes dos meus
te deixo de lado reescrevo teu cenário, em teus espaços que dizes vazios
não és mais que eu
nem eu mais que tu
mas personagens,de um ciclo de vida...que insistes
te fazes de ancora, no oceano da vida tão fundo, tão atraente, exposto e desconhecido
eu viro iceberg a passar por ti a navegar esse oceano
mas nós dois prisioneiros sabemos o que somos e onde irei...
tu ficarás inerte a ver passar
Velho tempo...tão velho quanto eu tão escravo quanto tudo e todos
mas guarda em silêncio tudo que assiste não participa....apenas assiste...
calado....
Rosana Corrêa
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