quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Reflexo



Hoje olhei-me em um espelho.

Vi um carvalho, neste dias em que o termômetro marco o zero negativo.

Sua copa estava alva, pelos flocos de neve que se acomodaram lentamente.

Sim, estas são as marcas de uma vida com muito pouca rotina.

Os cabelos já não estão castanhos como a algum tempo.

No princípio era majestoso, com muitos galhos, folhas e frutos.

Agora, são poucos os galhos, quase não existem mais folhas e quanto aos frutos, o último caiu e com ele levou a esperança de renascimento de outro.

Olhei-me em um espelho.

O futuro já não existe, pois o que sobrou no presente é o reflexo de um duto e simples, triste e feliz, amargurado e terno passado.

Olhei-me em um espelho.

Agora, porém, olho-me diretamente e analiso seus traços.

Já não são mais reflexos, pois agora assisto o que ocorre no passado, o que se passa no presente e o que permanece no futuro.

Soltei meu desabafo: Ufa!

Exalto a glória do acontecimento:

Finalmente estou vivo....

Silvio Belbute

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