quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Hoje, apenas, hoje.

Na espuma do

mar revolto,

escondo meu relicário.

As ondas rebeldes

querem roubar

meus segredos,

que  foram

consagrados no

altar do

meu sofrimento.

Mar, amigo

e carrasco

por que me

maltratas assim?

Bem sabes

que meu amor

foi sempre infinito

por ti.

Tragaste minha

feliz infância,

enquanto em

tuas águas

me banhava,

esperando o amanhã

que viria, solitário

para lavar minha alma.

Oh ,mar, por que?

Fizeste naufragar

minha juventude

sepultando-a na

tua imensidão.

Agora queres

também levar

os meus sonhos?

Não!

Eles são

muito meus.

Acalentados por

uma vida inteira,

mesmo sem saber

se um dia

seriam reais.

Mas são os

meus sonhos.

Ninguém os

tirará de mim.

Neles dorme

a criança que

fui,um dia.

Neles repousa

a juventude que

não foi.

Mas são

os únicos

que me restam.

Palpitantes

Acariciados.

Guardados no baú

da minha

maturidade.

Foram  a

minha vida

e serão a

minha morte.

Pelo menos

hoje, meu mar

faz de conta

que são meus

e deixa-os

comigo


Themis Groisman Lopes

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